Evolução do dinheiro – Do escambo as criptomoedas.

Fala pessoal, beleza?
O assunto do momento são as novas tecnologias aplicadas ao setor financeiro e todas as novidades que estão surgindo em velocidade quase que sobrenatural 👻.
Como eu acredito que a educação financeira vem em primeiro lugar, vou usar esse artigo para contar um pouco sobre a evolução do dinheiro, esse que é para muitos a solução de todos os problemas ou a razão de todos eles.
Mas afinal, você faz ideia do que o dinheiro é ou representa? Tem certeza?
Vamos tentar responder essas e outras dúvidas ao longo do artigo, Bora lá!
Novas tecnologias, novos padrões de consumo.
Mas porque dar uma conferida na história é tão importante assim?
Nem preciso ir muito longe, é só dar uma olhada dentro da minha carteira. Lá encontro duas fotos ¾ das minhas meninas (muito lindinhas), carteirinha antiga da faculdade, dois cartões de crédito e um de débito (Banco digital é claro), alguns cartões de visita, meu Rio Card e uma cópia do meu RG.
Reviro de um lado, mexo de outro e nada, nem uma moedinha sequer, isso para mim já virou um hábito, nunca ando com dinheiro físico. Será que é só comigo que isso acontece?
Mas hoje qual é a minha necessidade por dinheiro físico?
É claro que sempre tem a barraquinha da esquina que vende aquela bala que a gente curte comer depois do almoço, eu sempre preciso de umas “pratinhas” para dar ao moço do doce.
Mas pera, dá uma olhada lá na placa!
“Aceitamos Visa, Master, ticket alimentação e refeição.”
É minha gente! O moço da bala aceita cartão.
Agora para que eu preciso de dinheiro físico mesmo?
O fato é que os comportamentos estão mudando, as tecnologias se tornam cada vez mais acessíveis e o comércio em geral, tanto os pequenos quanto os grandes varejistas, têm acompanhado essa era cada vez mais digital.
Você já deve ter percebido isso.
De onde veio a ideia de dinheiro?
Assim que o Homem aprendeu a suprir suas necessidades com o desenvolvimento de atividades como agricultura, caça e pesca, desenvolveu também a capacidade de atender a essas necessidades através da troca. Surge ai a ideia do Escambo, assim se eu produzo batatas e meu vizinho produz leite trocamos parte da nossa produção e todo mundo fica feliz.
Mas nem sempre o sistema de trocas foi suficiente para atender as necessidades das pessoas, já que a troca só acontece caso eu possua algo que seja necessário a alguém, e esse alguém possua algo que eu necessito.
A principio a saída mais eficiente para resolver esse problema foi a utilização das Moedas-mercadoria, itens que possuíam mais utilidade que outros e por isso eram mais procurados e valiosos, todos queriam, então era mais fácil a sua troca por outras mercadorias.
As Moedas-mercadoria mais utilizadas na época
O gado – principalmente o bovino, trazia a vantagem de ser uma mercadoria que se locomovia, reproduzia e ainda prestava serviços, a ideia de fazer seu dinheiro trabalhar para você já existia nessa época!
As palavras pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivam da palavra Pecus, que significa gado.
O sal – muito utilizado na conservação de alimentos, era de difícil obtenção no interior dos continentes por isso muito valorizado.
A palavra salário tem como origem a utilização do sal como meio de pagamento a soldados Romanos pelos seus serviços prestados.
Surgimento da moeda em metal
Logo as Moeda-mercadoria deram lugar a utilização de metais preciosos como forma de pagamentos. Encontrar esses metais e manipulá-los não era tarefa fácil, o que valorizava os utensílios feitos desse material, logo tudo que era feito de ouro, prata, cobre ou bronze poderia também ser utilizado como item de troca.
Pouco tempo depois surgem as primeiras moedas como conhecemos hoje, peças pequenas de metal com gravuras que representavam aspectos políticos, econômicos e culturais de sua época.
Quanto mais valioso o metal de que era feita a moeda mais ela valia, isso durou por bastante tempo, até que outros metais começaram a ser utilizados em sua produção, e as moedas passaram a valer o que estava gravado em sua face, como acontece hoje.
Um problema muito comum na época é que esses metais eram muito pesados, transportar grande quantidade de ouro gerava grandes transtornos durante as negociações, a solução para esse transtorno era manter esses valores sob a guarda dos ourives.
Os ourives trabalhavam com a fabricação e manutenção de objetos feitos de ouro e prata, e como garantia aos objetos mantidos em sua guarda eram emitidos recibos com os valores correspondentes a cada depósito. Esses recibos começaram a ser utilizados para efetuar pagamentos passando de mão em mão, surge aí o papel-moeda.
Com o passar do tempo, tanto as Moedas quanto o Papel-moeda passaram a ser administrados e controlados pelo governo a que pertenciam, evitando problemas com falsificações e garantindo assim o poder de pagamento representado por cada uma delas.
O que dá valor ao dinheiro?
No inicio o papel-moeda representava o valor de um bem durável como ouro e prata, assim um país só poderia emitir notas que realmente representassem a riqueza acumulada por ele, esse modelo é conhecido como moeda lastreada.
Entre 1815 e 1914 o padrão ouro foi amplamente utilizado, nele cada país era obrigado a ter grande parte de seus ativos em ouro com a finalidade de manter o valor de suas moedas frente a negociações internacionais, garantindo determinadas condições de comércio em cada nação.
Com a 1ª Guerra Mundial a necessidade das nações de emitir mais dinheiro para cobrir os gastos da guerra fez com que o padrão ouro começasse a ser abandonado, surge então um novo modelo, a moeda fiduciária.
A moeda fiduciária não se baseia em nenhum bem durável (nada de ouro ou prata), não possui lastro e seu valor está na confiança que possuímos em quem emite a moeda.
O governo emite a moeda fiduciária e torna obrigatória a sua aceitação dentro do país, forçando empresas e pessoas a aceitarem como meio de troca, reserva de valor e unidade de riqueza.
Assim, quanto maior e mais poderosa a economia que utiliza a moeda, mais valiosa, reconhecida e desejada ela se torna.
Do escambo as Criptomoedas
Desde a utilização do Escambo e a aceitação (ou imposição) das moedas fiduciárias muita coisa já mudou. A Humanidade cresce e evolui constantemente, seria muita ingenuidade acreditar que nada mais poderia acontecer, não faz parte da nossa natureza o contentamento.
A resposta a essa constante necessidade de inovação e descontentamento surge é claro com a utilização da tecnologia, as Criptomoedas.
As Criptomoedas são meio de trocas que utiliza da tecnologia de blockchain e da criptografia, essas tecnologias dão validade às transações e criam novas unidades de moedas.
O Bitcoin
A primeira foi o Bitcoin, criptomoeda descentralizada criada por Satoshi Nakamoto (pseudônimo) em 2008.
A ideia central defendida por Nakamoto era a de que através de um sistema que eliminasse a possibilidade de corrupção no processo de emissão e troca de moedas, não existiria mais a necessidade de confiar em governos, bancos centrais e outras instituições para garantir o valor das transações.
No lugar da confiança necessária as moedas fiduciárias, o Bitcoin se baseia em prova de criptografia, eliminando a necessidade de intermediários e restaurando o dinheiro como forma de propriedade.
As redes de criptomoedas passam pelo processo de mineração, que é uma validação de transações onde os Bitcoins são minerados. Antes qualquer um com um computador comum poderia executar o software BTC e começar a minerar, hoje somente máquinas muito poderosas têm a musculatura para manter o ritmo da mineração.
Depois do Bitcoin muitas outras criptomoedas foram criadas, sua legalidade ainda está em discussão em vários países, sendo autorizadas em muitos e banidas em outros.
Entre as críticas utilizadas para desacreditar as criptomoedas, estão a irreversibilidade de transações e a possibilidade de lavagem de dinheiro em transações criminosas, além das oscilações de preços e do medo de que a especulação as torne uma bolha econômica.
Como disse meu querido Heráclito “Nada é permanente, exceto a mudança”, mas o fato é que essas mudanças precisam acontecer de forma consciente e com bastante cuidado.
As inovações quando não acompanhadas de uma boa educação e conscientização, abrem caminho para fraudes e decepções.
Precisamos abraçar as mudanças, mas entendendo as responsabilidades que as acompanham. Quanto mais democrático os processos econômicos, maior a nossa participação e mais flexíveis as relações de confiança, com isso maiores são os cuidados que devemos ter.
Curtiu? Deixe o seu comentário, nada melhor do que a troca de experiências para multiplicar conhecimento.
Até a próxima!